Pulei esse post aqui! Como pude esquecer dele?
Quinze dias após o nosso casamento, fomos para Minas, para casa da minha sogra. Mas fizemos uma parada num local muito especial.
Peguei o endereço com meu tio e vários pontos de referência, então fomos para Areal, onde minha avó repousa em paz.
Fui oferecer meu buquê para ela, em sinal de agradecimento por tudo o que ela fez por mim, em sinal do meu amor por ela e da minha saudade, por ela não ter estado em corpo no meu casamento, mas eu sei que o espírito dela estava lá.
Só de pensar em fazer isso, só de pensar na cena, eu já chorava. E o que tinha tudo para ser um momento muito choroso foi divertido e atrapalhado. Como tinha que ser.
Nem me perdi para pegar a estrada, perto do posto do Concha da Lua. Fui guiando e rezando para não atolar. Chegando ao descampado perto da casa dos meus parentes, não reconheci nenhum dos carinhas que estavam ali, com pose de "essa área aqui é minha". Perguntei sobre meu tio e eles disseram que não estava em casa. Putz! Eu não ia esperar e nem voltar outro dia...
Resolvi subir para o cemitério, que é particular. Só que carro não sobe, de tanto barro. Lembro do enterro da minha avó, meu irmão, tios e primos carregando caixão morro acima por uns dois quilômetros...
No meio do caminho havia um cachorro. Havia um cachorro no meio do caminho. E o cachorro resolveu correr atrás de mim morro acima!!!
Depois de um pega de cachorro por cem metros, Dê e eu paramos para respirar e rir. Continuamos.
E depois disso tudo, o portão estava trancado. Com cadeado e tudo!
- Ah, não! Não passei por tudo isso à toa, não! Vou pular esse muro!
E pulei o muro do cemitério.
Me ralei, quase rasguei minha calça porque me assustei com uma aranha, quase virei o pé quando desci, mas consegui. Dê me passou a caixa do buquê pelo portão e ficou lá longe me esperando.
E só tinha nós dois lá.
E daí que eu não lembrava qual era o túmulo da minha avó!
Fui no achômetro e no que eu lembrava do dia do enterro, por eliminação, e me ajoelhei diante. Conversei um pouco com ela e pus o buquê. Mas eu estava tão pilhada que nem dava para ter uma conversa mais relax com ela. Acho que ela entendeu por eu não ter ficado muito tempo. Guardei a fita do buquê, duas flores e me despedi. Depois pus as flores e a fita num potinho.
E também me desculpei com os outros mortos pela invasão, na esperança de todos estarem na luz e nenhum querer puxar meu pé à noite.
E pra pular de volta? O lado de dentro era muito mais baixo, eu não alcançava. Quase chorando e Dê quase pulando para me resgatar, pensei:
- Os filmes e desenhos japoneses devem servir para alguma coisa.
E corri muro acima e me agarrei quando cheguei ao topo, lançando meus dois braços com tudo! Fiquei com duas manchas roxas de respeito perto das axilas, ainda bem que era inverno.
E pulei de volta!!!! Palmas para mim!
E na descida havia um cachorro... Havia um cachorro na descida...
E ainda bem que para baixo todo santo ajuda.
E hoje não tem foto. Meu marido até tirou uma, no momento em que eu estava ajoelhada no túmulo da minha avó, mas achei meio tétrico.
Conjugando intensamente todos os verbos para formar uma família.
quinta-feira, 5 de maio de 2016
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Que linda atitude!
ResponderExcluirBeijo
;)
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