Um grande aprendizado: é assim que defino a degustação na Le Chocolat
Senta que o post é grande, mas vale a pena!
Dia 11/07 fui para a Tijuca, madrugando para chegar às 8h na fábrica. Marquei com uma de minhas madrinhas lá, Anna.
A própria Maria Manuela, atenciosa, com personalidade forte e uma pessoa linda, nos recebeu, nos contou que queria se mudar da Tijuca, talvez ir pra Zona Sul do Rio... E me encheu de perguntas como porque casar em Petrópolis, como cheguei à Le Chocolat e porque agendar com tanta antecedência uma degustação.
Disse pra mim que não era bom a noiva fazer a degustação sozinha e que a presença das mães nas escolhas era muito importante (porque noiva se empolga e acaba fazendo besteira, jogando $ fora).
Me perguntou o número e o perfil dos convidados, o que mais eu tinha visto, se iria ter sobremesa, como eram os pratos e o serviço de buffet que escolhi, qual o salão (falou super bem do meu buffet, o M.ª Luiza, ufa!) e etc.
Perguntou também se eu já conhecia o trabalho da Le Chocolat, e eu disse que, na verdade, não. Contou que muitas noivas falam mal dela nos blogs e comunidades (riu) porque é exigente e fala o que pensa a partir de sua experiência, que monta pra noiva o menu dos doces e que algumas não gostam disso. E eu, lógico, fui fuxicar na internet e é verdade mesmo. Entendi a posição das noivas, mas também entendi a posição da Manuela. Na verdade deu pra entender que ela não está querendo me empurrar um monte de doces pra ficar rica em cima de mim, mas sim em como seus chocolates serão apreciados em minha festa porque prefere que todo mundo queira comer mais deles e saber de quem são, do que encherem a barriga e não estarem nem aí.
Me disse pra eu caprichar na escolha dos outros doces e evitar ao máximo pessoas que não trabalham com coco ralado pela própria pessoa (mas os comprados já ralados), porque esses não entram entre os dentes.
Não conhece nenhuma das doceiras de Petrópolis para me indicar, mas falou para eu procurar aquelas que têm pouca produção porque o doce será mais fresco, feito com mais cuidado e mais artesanalmente, tipo doce de ponto dado na panela e não com aditivos.
Para compor a mesa, disse que não posso esquecer de doces com coco e de nozes: são clássicos em casamentos. E disse pra eu fugir de fondados (porque hoje em dia é raro achar fondados de qualidade, geralmente é um muita açúcar com gordura hidrogenada).
Me disse que, não importa se vou servir sobremesa ou não, a quantidade ideal para que não aja desperdício (e ela não gostaria de ver seus precisos chocolates mordidos e jogados no chão, muito menos eu!) se baseia numa porcentagem específica para festa de casamento:
- Doces e chocolates são coisas diferentes. Chocolates 3 por pessoa e doces 4. Não importa se quero que o convidado leve ou não. A quantidade ideal é essa para não haver desperdício.
- Os recheios de doces e chocolates não podem ser muito repetitivos e os doces se classificam assim:
Leite condensado 40%
Frutas 30%
Grãos (amêndoas e afins) e creme de ovos 30%
- A noiva ama chocolates e brigadeiros e só come isso nas festas? Problema é dela. Deve-se escolher com base no que os convidados consomem e me deu uma proporção, segundo a faixa etária deles:
15 anos, cerca de 25% da festa (consomem muito doce a base de leite condensado e chocolates)
20 a 55 anos, cerca de 50% (consomem chocolates, doces de leite condensado e grãos)
60 a 80 anos, cerca de 25% (consomem doces a base de frutas, grãos e creme de ovos. Não entendem muito o chocolate como doce de casamento)
Disse que é um horror frutas banhadas em chocolate, sobretudo as com algum doce a base de leite condensado, porque são grandes, chatas de comer (o convidado não espera uma uva inteira, com caroço no meio do doce, aí morde e espirra doce, se sujando) e geralmente elas são feitas 5.ª feira. Se a festa for sábado..., ou seja, = fruta podre. Pra ela, docinho feito com damasco seco comprado em supermercado recheado com chocolate é o fim. O ideal é se fazer um doce com o damasco. Disse também que é um horror servir trufa em casamento, sobretudo em compoteira (disse pra não deixar ninguém fazer isso comigo porque contamina os docinhos, porque o convidado não terá a tenção de encostar só na trufa que vai pegar e nem sempre usará o pegador). Ela tem a maior preocupação se os doces estarão frescos, em não contaminá-los em não quebrá-los, na apresentação, na organização da mesa (não só pela questão estética, afinal aquilo é comida!).
Ela disse que fala sempre muitas coisas para as noivas, explica, sugere, adverte, mas que tem umas que tocam o "dane-se" e compram o que querem, na quantidade que querem, gastam um dinheirão e na festa só se vê desperdício. Porque muita noiva não está pensando em oferecer carinho através dos serviços, mas em fazer festa. Ela frisou isso bem: não quer desperdício, afinal cada peça é feita com muito cuidado, não é um bombom qualquer. Para ela quando o chocolate faz sucesso não sobra nem pra levar pra casa.
E baseada no meu perfil, de sua recheada bandeja com peças maravilhosas (que estavam duplicadas), foi pegando e montando um menu de chocolates que seriam ideais para meu casamento. Pôs numa fila 4 básicos (de formatos de folha, triângulo, presente e um redondo com recheios simples), que seriam a base da mesa, a maioria: chocolate e avelã, trabalhados de forma diferente, com sabores mais encorpados ou suaves. Atrás pôs mais 5: esses mega bonitos, mais trabalhados, mais caros e com sabores mais sofisticados (o Snobinett's, segundo ela o chamado "x-tudo", que estava nessa fila, é o que acaba 1.º, seguido pelo de gianduia), dois de mousse de chocolate (um com o sabor mais acentuado que o outro) e outro de (esqueci o nome). Esses pôs em menor quantidade, não só pelo valor, mas porque têm sabores mais sofisticados (não é pra encher a barriga, mas pra provar). Como ela percebeu que eu gosto de sabores exóticos, propôs também os com fruta, sendo que ela disse que são dispensáveis se eu puser algum docinho com a mesma fruta e também de acordo com o perfil dos meus convidados (a Anna por exemplo não amou, já eu me derreti por eles), sugeriu uma pequena quantidade, seguindo o mesmo pensamento do grupo anterior e também pela possibilidade de serem sucesso apenas entre um grupo menos de pessoas, como os mais velhos, são eles: amora, amarena, cassis e limão siciliano. Esses são lindos! Muito decorativos!
Ela foi quem partiu os chocolates e nos serviu, falando bastante de como eram feitos, de quantos pôr na mesa, como organizá-los... Foi muita informação! O que adorei: ela não falou "pode comer tudo aí e depois me diz o que gostaram", porque chega uma hora em que a gente está com tanto doces nas idéias que nem pensa direito no que está comendo. Ela foi naqueles que seriam mais adequados, alguns ela pegou apenas o recheio pra eu provar.
Fez meu orçamento e fiquei tão feliz... Acho que o melhor e o mais bacana em termos de valor e pagamento! Ameeeeeiiii!
E eu que pensava que ia lá só pra degustar e ver qual era, depositei o dinheiro no dia seguinte.
Mas e agora que meu coração está com a Chez Bonbon?
Resolvi: fiquei com os dois! E que a Manuela me perdoe, mas extrapolei na quantidade de chocolates, ehehhe.
Quem quiser conhecer o menu dos chocolates que a Manuela montou pra mim, me manda um e-mail.
(Imagem extraída de http://www.revistacasamento.com.br/portal/as-ultimas/arquivo-ic-chocolate-e-um-ato-de-amor-rj/, com a Manuela. Aproveite e dê uma lida na reportagem também!)
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