Antes do casamento, minha mãe foi passar um final de semana com meu irmão em Resende. Como acontece em algumas vezes, foram visitar a Basílica de Aparecida e minha mãe trouxe uma lembrança para mim: um chaveiro.
Mas não qualquer chaveiro, como um mero suvenir de viagem. Ela trouxe o chaveiro para minha casa nova, estampado com minha mãe do céu morena e bento.
Guardei-o com carinho.
Mas com tanto carinho que ele ficou escondido e, por conta das correrias da vida, acabei esquecendo dele.
Eis que um dia, quando fiquei presa em casa porque a maçaneta quebrou e tivemos que chamar um chaveiro, lembrei do chaveiro. Danei a procurá-lo e achei-o numa caixa.
E a chave?
Então...
Na cerimônia do nosso casamento, minha avó paterna levou a chave de nossa casa para ser abençoada no rito do ofertório, que se encontrou no altar com a avó paterna do Dê. Uma coisa linda, ter a chave da nossa casa segura pelas mãos das pessoas mais velhas de nossas famílias enquanto era abençoada. Naquele momento lembro bem como me sentia e o que passava pela minha cabeça: eu queria que nossa casa fosse tão feliz e santa como as delas.
(meus tios do coração levando nossa Bíblia no rito do ofertório e minha avó)
Mas aí a chave sumiu depois do casamento e por causa da correria da vida não procurei muito.
Um dia desses, quando estava procurando o topo de bolo para nossas Bodas de Algodão, achei-a junto com ele numa caixinha no meu quarto de solteira.
Pus a chave no chaveiro e hoje ela é a chave da casa, aquela que a gente não leva quando sai, e que fica guardada perto da sagrada família, do nosso topo de bolo e da nossa Bíblia, num canto especial da nossa sala.
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