No sábado 5 de maio de 2012, depois de adiar, repensar e voltar atrás, fiz meu Chá de Panela. Essa para mim seja, talvez, a comemoração mais legal do período de preparação do casamento, uma vez que não dá para fazer de novo. Acompanhe meu raciocínio: casamento, infelizmente, dá para ter outro, dá para casar duas, três vezes. Podemos fazer renovação dos votos, o que seria casar de novo com a mesma pessoa. Mas o Chá de Panela só tem um.
Desde pequena vou a esses chás, e nunca entendi o nome, já que ninguém toma chá. o 1.º que fui foi o de uma amiga da igreja, teve aqueles lances todos de pintar a noiva, deixá-la um monstrinho, brincadeiras sem-noção... Aquelas coisas que eram legais, mas que hoje não tem lá muita graça. Uma pena. O chá mais legal foi um que fui aos quatorze anos, acho que por eu estar mais velha e poder participar das brincadeiras. E eu, desde sempre, era a maior especialista em disfarçar presentes, eram uma técnica melhor que a outra, incluindo pedras nas embalagens, muitas folhas de jornal e caixas de leite.
Já contei para vocês que eu queria algo diferente no meu chá, então pensei numa gincana. Também queria uma decoração, coisa que em 2012 não era muito comum, o pessoal colocava uma mesa com a comida, arrumava as cadeiras em círculos e tinha um lugar para colocarem os presentes e só. Eu queria mais!
Foi no salão de festas do condomínio onde moro e comecei a fazer tudo com bastante antecedência, como vocês sabem. Durante a semana encomendei pão-a-metro numa padaria perto de casa, cortei as toalhas das mesas, mas comecei a ficar meio enrolada e pedi para uma amiga fazer as bandeirinhas. Na sexta-feira passei o dia na cozinha fazendo as coisas e fui dormir lá pelas 3h da madruga, sem terminar tudo. Fiz até alfajor! Mas as uvas do amor não deram certo..., uma melecada danada.
No sábado acordei cedo e vi que não ia dar tempo para pegar os bombons, então pedi a uma madrinha. Tadinha, ela chegou quase no final do chá, me xingando porque o lugar foi muito difícil de achar. Pendurei cortinas de TNT, na cor do chá, para que ninguém de fora visse o que estava acontecendo no salão. As pessoas foram chegando para ajudar a arrumar e fui tomar banho, pus uma roupa básica para poder me sujar. Ah, e nada de tinta ou sujeiras pelo corpo, pedi. Antes de ir para o chá, correndo iguala alouca, peguei uma dama de honra que estava chegando para ir comigo pegar o pão na padaria.
Sei que ele começou depois do que eu marquei e não deu tempo de arrumar tudo e nem de eu mesma das aquela conferia e namorada na decoração, que não ficou do jeito que eu queria. Teve um "alongamento" inicial, só para descontrair, distribuímos os arquinhos (gente, juto que depois eu faço um post mostrando todos os adereços e lembranças, mas é que estão numa caixa em algum lugar do limbo do quarto de solteiro do meu irmão) para dividir as equipes. Enquanto aconteciam as brincadeiras, eu ficava pra lá e pra cá vendo as comidas e muitas dessas brincadeiras da gincana eu não vi... Até que alguém falou "Natalia, senta!" e eu fiquei quieta. Algumas ficaram impacientes com a gincana, queriam que começassem logo as brincadeiras comigo e não teve a premiação com os potinhos de brigadeiro, no fina eu distribui pra todo mundo e pronto.
Uma das coisas mais legais e que fez o maior sucesso (e ninguém fazia isso em chás de nada em 2012) foi o open bar feito pelo meu amigo, que já contei para vocês. Ouvi até alguém dizer que ia fazer isso no chá de bebê!
Dancei, paguei mico, tive que virar um copo de caipirinha (e eu não bebo), me vestiram com papel higiênico imitando um vestido de noiva (até guardei S2!), pintaram minha cara com batom, imitei a Xuxa tendo minhas Damas como Paquitas, errei muita coisa besta. Junto eu, a maior autoridade em disfarces de presentes da paróquia e que dizia aos quatro ventos que no meu chá de panela ia acertar tudo. Mas é que eu não estava tão querendo acertar, tava meio aérea. Fiz questão de tirar fotos com todo mundo! E isso foi muito bom! E fiquei puta chateada porque algumas madrinhas não foram, meio que não fizeram muito esforço, sabe... Aliás, nem todas as madrinhas e damas ajudaram, teve gente que ajudou mesmo, mão na massa legal, sem ser nada...
E no final, fiz um discurso de agradecimento bem divertido. Eu que queria que o chá se estendesse em forma de festinha, vi o povo indo embora, até contente. Meu irmão chegou, meu tio também. Mas o Dê não apareceu... Não teve aquele lance do noivo chegar e ver a noiva-monstro... Eu esqueci de combinar com o Dê, ninguém combinou e ele não apareceu. Frustração...
A sala da casa da minha mãe ficou cheia de presentes no dia seguinte, alguns que eu nem pedi. Muitos em verde e não sei da onde o povo tirou que as coisas da minha futura casa seriam verde. O lance da lista de presentes na loja não deu certo, acho que problema de comunicação, o povo não tava acostumado com isso. Mas passei a tarde de domingo namorando meus presentes, pena que não tirei foto com todos juntos, mas anotei o que cada pessoa me deu. Depois fui ler o caderninho de "receitas" que acabou virando um caderno de mensagens e uma lágrima sem vergonha rolou no cantinho do olho quando li a mensagem de uma vizinha, mãe de uma Dama, dizendo que estava vendo um milagre da vida: me viu nascer, crescer, fazer 15 anos, sonhar, me formar, começar a namorar o Dê e agora casar.
(comendo, finalmente, um cupcake, o primeiro que fiz na vida. Esse foi o "bolo" do chá, que eu pensei em por numa torre de cupcakes, mas que eu esqueci de providenciar)
(Pegando a aliança no pote de gelatina)
(pegando a aliança na farinha de trigo. Descobri que sou boa nisso!)
(virando a caipirinha. Não foi copo não, gente, foi jarra mesmo)
(Lindona de noiva)
(dinda, com o arquinhos doidas, e mamy, com o arquinho das santas, pagando prenda da valsa)
(descendo na boquinha da garrafa. Muita força no quadríceps!)
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