Sempre no início de agosto Dê e eu viajamos para Juiz de Fora por causa do aniversário de sua irmã. Aproveitamos e fomos convidar e conhecer uma de nossas floristas, a linda Alice. Fomos na casa de seu pai, primo do Dê, e para nossa surpresa a menina não estava lá... Então entregamos o convite para sua mãe, que ficou muito feliz. Acabou que eu conheci a Alice só no dia do meu casamento. A vi, linda, na porta da igreja, toda compenetrada em sua roupinha de dama-bailarina. Ela se comportou como um princesa por toda longa a cerimônia.
Mas voltando, quando entreguei o convite para a mãe da menina, conversamos sobre um dos assuntos mais delicados a respeito de daminhas: Quem paga a roupa?
Um dia antes minha sogra me chamou para conversar sobre isso, para saber como iríamos resolver, e me alertou que em Minas, pelo menos até onde ela sabia, a noiva é quem paga, geralmente. Li muito a respeito, sobre o que é educado e o que é real para o bolso de todo mundo e decidi, junto com mamy (minha maior patrocinadora do casamento) e Dê, o que fazer. Não sei se é o que diz a etiqueta, mas representa a minha realidade e vi que todos ficaram felizes. E minha realidade era a seguinte:
Uma florista mora em Minas e outra no Paraná. Suas famílias não curtem muito a moda do carioca de alugar roupa de festa. E eu queria que elas estivesse iguais, senão uma iria olhar para o vestido da outra, ficar de bobeira na porta da igreja querendo a roupa da outra ou se sentindo menos bonita que a amiguinha e não querer entrar na igreja por causa disso. Eu e as famílias das meninas somos de classe média, não estamos vendendo o almoço para comprar a janta, mas também não temos muito $ sobrando no fim do mês. Com uma família tenho muita intimidade, com a outra não muita... Eis como resolvi as questões:
1. Como será a roupa? Eu escolhi o modelo (eu que desenhei) porque queria algo bem específico: mini-bailarinas de Gisele (um balé que eu amo), mas sem perder o ar infantil. Escolhi a costureira, que tem experiência em fazer figurinos de dança para meninas pequenas e não é careira, comprei os tecidos, pedi que as mães tirassem as medidas das meninas e me enviassem por e-mail (que foi uma novela, muito mede e remede).
2. Combinei que as mães pagariam o vestido, mas que a meia-calça, sapatilhas com fitas, coroinhas e caracos (um casaquinho de bailarina) seriam presentes meus, que entreguei numa caixa de madeira linda, enfeitada pela minha cunhada). Fiz um cálculo do valor dos tecidos e da mão de obra da costureira e comuniquei às mães. Uma me pagou no seguinte do casamento, deixando o $ com minha sogra e outra depositou o $ dois meses depois.
3. Passei um e-mail para as mães com algumas imagens com penteados de balé e maquiagem para crianças, para que as minhas meninas ficassem lindas e não como aqueles monstrinhos em forma de pequenas misses. As mães então arrumaram suas filhas.
4. Os vestidos ficando prontos, enviaria para elas, assim daria tempo para fazer algum ajuste. Pensei em enviar os vestidos com 1 mês de antecedência por Sedex 10. Mas além de caro, fiquei com medo... Acabou que por causa da novela das medidas os vestidos só ficaram prontos faltando uns 15 dias. Então pedi que uma tia do Dê, que ia pra Minas, levasse o vestido da Alice e combinei com minha amiga de Curitiba que o entregaria na sexta-feira do final de semana do casamento. Acabou que não consegui (vocês vão saber o por que...) e o vestido só foi entregue na manhã do dia do casamento, rezando para que ele servisse na menina. E serviu!
Sei que foi muito arriscado o que fiz, tem que ter muita logística para dar certo. Eu só pude dar conta dessa tarefa faltando 3 meses para que as medidas das meninas não se alterassem muito, mas ficou tudo muito em cima e junto com tantas outras milhares de coisas que eu tive que dar conta nesse período. Eu poderia ter comprado os tecidos com mais antecedência? Acho que sim, tendo uma ideia do tamanho médio de uma menininha de 5 anos. Eu poderia ter conversado com a costureira antes? Sim, ela teria me dito logo as medidas que precisaria ter das meninas, as mães mediriam logo, fiquei sabendo que meninas dessa idade não tem estirões de crescimento. E mesmo se crescessem e engordassem, pensamos em alcinhas que poderiam ser ajustadas e costuradas com um pontinho no dia e em um cetim com stretch, esquecemos o colam (algo que não dá pra ser ajustado com facilidade) e colocamos um forro embaixo do tule para não aparecer a roupa íntima da menina. Eu devia ter comprado logo as sapatilhas, mesmo que 1 número maior que o pé e não ter ficado doida correndo (isso mesmo, correndo) no meio da rua para comprar um par para uma delas e não tive atenção ao comprar a meia-calça, acabou que uma delas não usou porque a meia ficou pequena.
No final deu tudo certo e as duas ficaram lindas. Mas deu trabalho, muito trabalho pra noiva.
(Na foto os pés da Júlia, umas das minhas floristas, clicada pelo Michel Neumann)
Adorei pela foto da para ver que devem ter ficado lindas!
ResponderExcluirBeijos