quarta-feira, 23 de março de 2016

Amanhecendo

Minha mente já havia acordado antes de eu abrir os olhos, mas meu corpo não. Eu sabia exatamente onde estava e quem era aquele que estava enrolado em mim, descabelado e lindo: meu marido. Suspirei tão forte que o acordei. Ele se mexeu devagar, se virando e se debruçou sobre mim, me abrindo um sorriso lindo de bom dia.
Era dia. E que lindo dia!
_Bom dia, minha esposa.
_Bom dia, meu marido.
E foi nossa Manhã de Núpcias.
O amanhecer de um amor. Do nosso amor.
Foi a manhã mais linda e doce da minha vida.


Nenhuma lembrança saía da minha cabeça, nem de que eu estava morrendo de fome e que os salgados e doces que comemos na cama antes de dormir já haviam sumido da minha barriga, junto com o Freshener. Tomamos banho e o celular do Dê tocou, era o irmão dele querendo entregar o resto da bagagem do Dê. Como eu fiquei pronta primeiro, fui receber meu cunhado lá fora, perto de onde estava meu carro e ele foi a primeira pessoa que vi depois que Dê e eu nos isolamos do mundo. Se despediu, sempre sorridente, e nos desejou felicidades. Reparei que havia um jornal O Globo com fitas vermelhas pendurado na porta, uma cortesia do hotel, como no dia do casamento. Tenho os dois guardados até hoje.
Terminamos de nos arrumar e fomos tomar café da manhã no lindo restaurante do hotel. Reparamos no rastro de pétalas de flores que deixamos sem querer, da porta do nosso quarto até a porta de acesso.
Como eu estava extasiada, feliz pra caramba! Olhava para as pessoas e ficava me perguntando se elas conseguiam ver que eu estava daquele jeito. Acho até que as cores estavam mais vivas, a luz estava mais brilhante... E eu via que Dê estava do mesmo jeito que eu.
Já no anexo, mostrei para o Dê a sala de leitura, o Almanaque dos anos 80 e o piano. Voltamos para o nosso quarto e passamos por alguns hóspedes, um menininho perguntou pra mãe porque tinha tanta flor e a mãe disse:
_Acho que teve casamento ontem.

Fizemos o check out e formos encontrar a mãe do Dê, que queria ver o filho antes de voltar pra Minas, na Rua Teresa. Parei o carro muito mal e acabei batendo numa carrocinha de cachorro quente. Fomos para o hotel onde ela estava hospedada e nos sentamos um pouco no saguão, pra conversar sobre o casamento, que ela e o namorado disseram nunca terem visto algo parecido. Eles realmente estavam com cara de admirados. Falaram da comida, da decoração, de como minha mãe os fez chorar quando falou no final da cerimônia... Ela me entregou alguns presentes e um envelope com o dinheiro que a mãe de uma das daminhas deixou para custear o vestido. Nos despedimos e Dê e eu descemos a serra, sem pressa. E ainda almoçamos croquete e pão com linguiça na Casa do Alemão.

Abaixo, fotos que alguns amigos nossos tiraram da manhã seguinte ao nosso casamento. Detalhe para a foto em que a igreja está decorada para a uma festa para o bispo da cidade.









Um comentário:

  1. Oi querida!!

    Que todos os mimos de amor, estejam presentes na vida do casal para que sejam eternos namorados.

    Ah, eu já fui à essa linda igreja. Nunca vi coisa igual..deu saudades rs
    Feliz Páscoa!

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