sexta-feira, 5 de julho de 2013

Com o padre nos entrevistando



Já conjuguei tanto verbo aqui, mas quando eu comecei a organizar o casamento eu não sabia que teria esse verbo "entrevistar" com um padre como sujeito no meu blog.
Nunca imaginei que era necessário dar entrevista ao padre, hahahaha. Alguém já? E olha que eu sou criada desde pequena na igreja...
E então tremi nas bases.
Tipo "E se eu responder tudo errado?" Já vi casos de casamentos que não aconteceram porque o padre não sentiu firmeza na entrevista. Perguntou para a noivinha:
- Por que vocês vão se casar na Igreja Católica?
- Ah, porque acho bonito, minha mãe acha importante.
E tomou bomba na prova!
Olhem lá o que vocês vão dizer pra ele, heim! =P

No dia 12 de dezembro de 2011, lá fui eu para a entrevista. Dê chegou e fomos para a secretaria da Igreja Santo Antônio.
Eu toda preocupada e Dê no melhor estilo "Deixa o coração falar".
Padre Renato, o Vigário Geral e grande amigo da família, fez nossa entrevista. Numa salinha, pegou uma ficha enorme e começou a fazer as perguntar e preenchê-la. Dados gerais primeiro. Depois onde nos batizamos, fizemos 1.ª comunhão, crisma... Pediu os nossos batistérios (para quem não sabe é aquela lembrança de batismo, assinada pelo padre, tipo um diplominha), que eu fiquei de correr atrás, para começar a dar entrada nos processos e nos proclamas (e também para quem não sabe: é um documento que é posto na secretaria da Igreja ou num quadro para que as pessoas possam ver e saber que vou me casar. O objetivo disso não é só anunciar, mas também para substituir aquela famosa frase do "Se alguém tem alguma coisa a dizer que impeça que eles se casem, fale agora ou cale-se para sempre")
Poxa, fiquei frustrada agora. Não vi meu proclama!

Uma das partes da entrevista que me deixou tensa foi quando o padre disse:
- Bom, essa parte aqui eu nem precisaria perguntar: "Há alguma condição para que vocês se casem?"
E nos olhou por cima dos óculos. Silêncio na sala.
- Como assim? - arrisquei perguntar, quase gaguejando.
- Por exemplo: Você só está se casando com ele na condição de..., hm, a mãe dele não for morar com vocês, ou você ser livre para tirar férias do casamento e ir passear com as amigas como se fosse solteira, ou você ter que fazer coisa "X" ou "Y".
E tem isso, é?
E se eu respondesse que sim, tem condição sim? A condição é: ele tem que prometer nunca gritar comigo, ele tem que me deixar usar minhas blusas furadas para dormir, ou outra coisa parecida? Não iria casar?
Pisquei sem parar sem saber o que dizer. Olhei pro Dê e ele estava mais perdido que eu.
Arrisquei, na dúvida, disse que não. Dê me acompanhou e disse que não tinha condição nenhuma.
Acho que era para registrar a tal condição, tipo um termo de conduta de um contrato.
Bom, aí que eu fui entender o que era aquele papel: um contrato.
A firma Natalia se unindo a firma Denis e vendo todas as legalidades e condições de união e uso.
Bem burocrático e nada romântico.
Ui, lembrei de uma coisa, que me fez rir agora. Estou no capítulo 12 do "Cinquenta tons de cinza", depois que a Ana lê o contrato do Christian, hahhahahah. Ai Deus...

Mas tem que ser assim mesmo, senão, sabe o que acontece? Se alguém responde errado, se escondeu alguma coisa na entrevista e o casamento vai pro brejo a Igreja entende que houve falha nesse processo e o casamento é invalidado. Tipo, o sacramento não aconteceu de fato. O pessoal foi lá, comeu bolo, tirou foto, mas um dos dois, ou o noivo ou a noiva, não se deu em união plenamente.
Já vi isso acontecer, um cara que namorou uma amiga minha a vida inteira, casou com ela. As famílias eram muito amigas e tal. Depois do casamento ele nunca quis nada com ela, NADA mesmo. Tipo, casou para agradar às famílias e depois ficou no melhor estilo "Já fiz a vontade de todo mundo, me deixa aproveitar a vida agora que finalmente saí da casa da mamãe". Nem preciso dizer que ela quase morreu de desgosto. E o casamento foi invalidado.

Então, depois da entrevista, com o padre sorrindo para a gente, soube que estava tudo certo e que a gente poderia se casar.

Ah, quer saber como ver seu proclama do casamento civil? Entra aqui e digita seu nome completo entre aspas no campo de busca (escrito "palavra-chave"). Eu achei o meu!

Está com dúvidas e não sabe o que fazer primeiro em relação a casamentos na igreja? Vá na secretaria da Igreja mais próxima da sua casa, conversa com um padre... Ah, entra aqui também, me deu uma luz.

2 comentários:

  1. Gente, adorei seu blog! Muito bom seu jeito de escrever! Amei! Estou lendo um monte aqui... =)
    E preciso dizer que estou SUPER FELIZ de ter encontrado uma noiva (agora casada) SOCIÓLOGA como eu! E católica, hahaha! Não sei aí, mas aqui em Brasília e raro demais você encontrar alguém que cursou Ciências Sociais e continua acreditando em Deus, que dirá em igreja, menos ainda na Católica! Na época da faculdade, dizer que sou católica era igual a dizer sou nazista! Sério! Eu sofria bullying! kkkk! Por isso adorei ler isso aqui! =)
    Um beijoooooooo de Brasília
    Lud
    casamentonacapital.blogspot.com

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    1. Obrigada Lud! Também fui excluída na facul, me achavam esquisita e sequelada por ser católica! Bj

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