terça-feira, 24 de junho de 2014

... E a família está aumentando...

Não estou grávida!
A torcida é grande, mas ainda não! É bom esclarecer antes de qualquer coisa.
Mas nossa família está aumentando. Há exatamente 10 semanas chegou a nossa casa um novo ser, que carinhosamente rebatizamos de Toulouse Lautrec. Um gatinho lindo!
A maior parte das minhas amigas e noivinhas por aí entram nessa de "Quem casa quer um bichinho". Não eu. Não que eu não ame animais e nem tenho  trauma porque meu cachorrinho morreu e não quero mais bicho. Nada disso. Mas pelo simples fato da gente viver com o orçamento, a energia vital e o tempo na conta.
_Mô, hoje eu vi na página do facebook de animais para adoção um cachorrinho tão lindo... _dizia meu marido, com olhos suplicantes.
_Não.
_Mas ele foi abandonado...
_Não.
Até que o dia 15 de abril de 2014 chegou e com ele um frio estranho, com chuva... Saindo de casa para irmos trabalhar, Dê e eu vimos, perto da esquina de casa, um gatinho com o pelo quase todo branco, de orelhas escuras e olhos azuis. Chorando. Com frio. Magro. Com as patas pingando sangue. E querendo se enfiar em qualquer buraco.
Aquilo fez um corte no meu coração de fora a fora, tanto é que falei sem pensar "Tadinho... Se quando eu voltar da escola ele ainda estiver por aí eu vou pegar ele para cuidar."
Dei minhas aulas, estressei com meus alunos, pensei em suicídio, depois pensei em assassinato, depois em genocídio de alunos... Um dia normal. E esqueci do gatinho.
Quando voltei ele estava na rua ainda. Não chovia mais. E um boteco da rua estava aberto. Ele estava ali por perto.
Exatamente na hora em que estou passando um cara filho da @#$%¨&, que bebia sua cerveja, chamou o gatinho, que foi todo "meninote" e alegrinho, achando que era carinho. O cara %¨&**%$ jogou cerveja na cara dele e ainda o chutou. Meu estômago veio parar na cabeça.
"O que faço, meu Deus?" E Ele respondeu: "O que você disse que ia fazer"
Fui em casa, deixei minhas coisas, fechei minha jaqueta jeans, peguei luvas cirúrgicas da minha mãe e fui lá.
_Esse gato é de quem?
Silêncio, pessoas sem ação e meio boladas.
_Ah, ele tá por aí, não é de ninguém.
_Então agora ele é meu.
Fui até o gatinho para fazer um contato e tive que ouvir de uma mulher gay "Também tô na rua, não quer me levar para casa não?".
Estendi a mão para ele me cheirar, para ele se acostumar comigo e não querer me agredir. Nunca fiz isso, de pegar bicho na rua. Muito medo! Mas ele veio e se esfregou na minha mão, pedindo carinho. Pediu colo e o levei para casa.
Não consegui falar com o Dê e tive que tomar essa decisão sozinha.
Minha mãe, recém operada, foi comigo ao veterinário e descobrimos que ele tem esporotricose. Por telefone contei para o Dê, depois de respirar fundo, sendo direta.
_Temos um gato.
E ele ficou muito, muito feliz mesmo. E emocionado.
Gastamos um dinheiro sem poder com remédios, ração... Deixamos ele trancado em "quarentena" no banheiro do 1.º andar, nos desinfetando todas as vezes que tínhamos que entrar para cuidar dele.
Ele engordou, suas feridas fecharam e ele saiu da quarentena há um mês.
Quando conto essa história para as pessoas, algumas me olham como quem estão olhando alguém que saiu nu pela rua, outras se comovem e dizem que é muito bonito o que fizemos.
Ele se tornou a sensação da clínica veterinária quando vamos para a revisão, todos querem ver o gato que chegou todo lanhado e sem esperança e que agora está bonito e gordinho.
Hoje é nosso "filho". Amado demais! E não conseguimos mais ver nossas vidas sem ele.


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